segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

HIPOTIREOIDISMO NA GESTAÇÃO

Devido às complicações do Hipotireoidismo materno para o feto é recomendado o rastreamento universal da função tireóidea no pré-natal. O Hipotireoidismo materno está associado a abortamento espontâneo de primeiro trimestre, parto prematuro, baixo peso ao nascimento. A maioria das pacientes com Hipotireoidismo já está tomando Levotiroxina quando engravida. E não pode suspender o medicamento de reposição hormonal, porque os hormônios da tireoide são extremamente importantes para o bom desenvolvimento do feto.

É preciso um volume maior de hormônio circulante porque a tireoide fetal se forma entre a 10ª e 14ª semana de gestação e a produção de hormônio tireoidiano fetal inicia-se entre a 18º e 20ª semana. Então, nesse período é o hormônio da mãe que supre o bebe em formação.


6 COISAS QUE DEVEMOS SABER...

Por que a gravidez afeta o funcionamento da tireoide? A imunidade do corpo da mulher fica alterada pela presença do bebê, um hóspede estranho. Toda grávida tem a tireoide afetada, mas a maioria das vezes essa alteração fica dentro da normalidade. Quando o funcionamento fica mais lento, felizmente ocorre o hipotireoidismo, que atinge cerca de 5% das gestantes. 

Por que felizmente? Porque é mais fácil de tratar do que o hipertireoidismo, que acontece quando o metabolismo fica mais rápido, acelerando os batimentos cardíacos da mãe e do feto. Essa condição afeta mais ou menos 2% das grávidas. E, em 80% dos casos não tratados, ocorre parto prematuro ou aborto. Grávidas com histórico familiar têm mais chances de ter o problema. 

Quais os sintomas do hipertireoidismo? Emagrecimento, taquicardia, suor e uma inquietação exagerada que leva a tremores durante o dia e à insônia à noite. 

Existem exames para detectar o problema na gestação? Sim, são dois exames de sangue. Mas os obstetras não costumam pedir por desconhecer a importância da tiróide na gestação. O hipertireoidismo deve ser detectado ainda no primeiro trimestre para que não ocorra danos no desenvolvimento cerebral do feto.  

Há riscos em tomar medicação para tratar o hipertireoidismo e o hipotireoidismo? Tanto para mulheres que já tinham o problema mesmo antes da gravidez quanto para aquelas que desenvolveram na gestação é preciso tratamento para evitar complicações. No caso do hipotireoidismo, como a medicação é a reposição do hormônio que o organismo deixa de produzir não traz riscos para o bebê. Já, no caso do hipertireoidismo, é o seu obstetra quem deve avaliar o risco-benefício do remédio. No entanto, o maior risco é não tratar o problema. 

Se a alteração do hormônio da tireoide surgiu na gestação, ela volta ao normal após o parto? Não. Para todas as mulheres, tanto as que já sofrem do problema quanto as que apenas desenvolveram na gestação, e até quem não tem nenhuma alteração, é preciso fazer um controle nos próximos 12 meses após o parto. Isso porque o problema pode piorar depois do parto ou mesmo surgir em quem passou a gravidez com os níveis normais.  
Fonte: Lino Sieiro Netto, doutor em endocrinologia

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